Texto de Viviane Teixeira
Também chamadas de deformidades pós-natais ou posicionais, as deformidades angulares dos membros inferiores são, em sua maioria, fisiológicas ou posturais, não exigindo, portanto, tratamento, além da observação.
O uso de aparelhos ortopédicos e calçados corretivos são indicados, atualmente, apenas em caso de patologias comprovadas, problemas neurológicos ou congênitos graves. A cirurgia será indicada caso a deformidade persista e produza incapacidade.
São deformidades dos joelhos no plano frontal.
A deformidade em valgo é aquela em que a articulação ou extremidade distal do osso se aproxima da linha média. Está, em geral, presente ao nascimento e pode se estender até os dois anos e meio de idade, quando comumente os joelhos passam a assumir posição contrária, em valgo.
A deformidade em valgo é aquela em que a articulação ou extremidade distal do osso se afasta da linha média. Está presente, em geral, a partir dos dois anos e meio de idade, quando surgem também o aplanamento dos arcos longitudinais internos dos pés e pés planos.
Os limites pré-estabelecidos da normalidade são:
Em casos que vão além da faixa da normalidade, de acordo com a idade da criança, faz-se necessária a realização de exames laboratoriais e radiográficos para avaliação de possível patologia subjacente. Alguns dos fatores que podem contribuir para o agravamento ou manutenção dessas deformidades são:
Outras causas de deformidades patológicas são:
Tibia Vara ou Doença de Blount e Geno varo fisiológico persistente.
Pós-fratura da metáfise da tíbia, Hipoplasia do côndilo lateral do fêmur e Geno valgo fisiológico persistente.
Trauma (má união ou lesão fisária unilateral), Metabólico (Raquitismo, Osteodistrofia renal), Osteopenia (Osteogenesis imperfecta, Artrite reumatóide de joelho), Infecciosa (Lesão na placa de crescimento), Displasia (Osteocondrodisplasia).
Dessas, podemos destacar 3 principais:
De causa desconhecida, esse distúrbio caracteriza-se por acometer a porção medial da placa de crescimento da tíbia proximal, levando a uma deformidade em varo localizada. Essa afecção pode ser diferenciada do geno varo fisiológico pela medida do ângulo metáfise-diafisário, o qual, quando encontra-se maior que 15°, sugere a presença de tíbia vara.
O tratamento é baseado nos estágios de Langenskioid, de modo que:
Os casos mais acentuados são aqueles em que a distância intermaleolar é maior que 15 cm. O tratamento cirúrgico mais indicado (uso de órteses é ainda controverso) para crianças acima de 11 anos é a hemiepifisiodese, para forçar uma parada de crescimento do lado deformado. O material é retirado após a regularização.
Suspeita clínica quando:
Deformidade no joelho + baixa estatura + deformidades generalizadas + história familiar positiva.
Exame físico
Alargamento das metáfises de ossos longos e rosário raquítico.
O tratamento inicial pode ser realizado com o uso de aparelho gessado ou órteses, e a deformidade deve ser corrigida com osteotomias ou epifisiodeses (menor risco de recidiva quando realizada ao final do crescimento).
Em geral, faz-se ainda reposição de vitamina D. Caso a deformidade persista, deve-se suspeitar de raquitismo resistente à vitamina D, diagnóstico confirmado pelos baixos níveis de cálcio e fósfoto e aumenta da fosfatase alcalina.
BIBLIOGRAFIA
Princípios de Ortopedia e Traumatologia – José Alberto Dias Leite, Manuel Bomfim Braga Junior, Henrique Mota Neto – 2011.